Em busca pela liberdade, os quilombos até os dias de hoje são uma demonstração de resistência cultural de um povo na luta constante pelos seus direitos e pela valorização de sua história e suas origens. Partindo da interpretação do pensamento do filósofo Heráclito de Éfaso: ‘’Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas renovam-se a cada instante’’, o projeto da Casa Paranã busca enraizar-se no local onde os escravos refugiados banhavam-se e onde hoje seus remanescentes vivem na busca por novas águas de fé e esperança. O projeto tem por objetivo levantar uma bandeira de dignidade e valorização àqueles que possuem um passado a ser lembrado, um presente a ser vivido e um futuro melhor a ser escrito.
O maior desafio a nos ser vencido foi o fato de projetar uma casa em um contexto tão característico. O caráter arquitetônico do sítio de implantação, nos pareceu muito forte, expondo em seus volumes e materiais empregados, as suas tradições e seus valores. E por isso todo o projeto foi desenvolvido para que sua materialidade fosse evidenciada em sua essência.